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A história de uma semana sangrenta

Publicado 05.03.2020, 13:08
Atualizado 09.07.2023, 11:32

A semana passada ficou marcada pela maior queda dos mercados acionistas da última década. O pânico que se criou foi consequente das crescentes preocupações de que o surto do coronavírus se transforme numa pandemia global com graves implicações no crescimento económico. Apesar de a China ter revelado dados encorajadores que refletiam um declínio do crescimento do número de infetados, o coronavírus espalhou-se por outros países – especialmente na Coreia do Sul, Irão e Itália.


À medida que estas notícias chegavam no passado fim de semana, já se podia expectar uma abertura em queda dos principais índices mundiais. E foi assim mesmo que se deu início a uma “sangrenta” semana. As ações começaram por abrir a semana numa forte queda e o sentimento de grande aversão pelo risco levou a um aumento da procura por ativos de maior segurança. Depois, ao longo da semana foi também possível observar a permanência do sentimento de aversão pelo risco à medida que cada vez mais empresas anunciavam as expectativas de perdas de lucros nos próximos meses.


O afastamento de ativos de maior risco levou o S&P 500 a cair 11% em cinco dias, tendo sido essa a sua maior queda semanal desde a crise financeira de 2008. Este declínio de sete dias consecutivos marcou também a sua maior derrapagem em mais de três anos. Já o Dow Jones teve também um declínio semanal de 12%, tendo caído quase 1.200 pontos na quinta-feira – essa foi a sua maior queda de sempre num só dia. A acompanhar estas quedas estiveram também os mercados asiáticos e europeus, onde foi possível observar o Stoxx 600 - principal índice de referência da Zona Euro - a perder 12% e o índice sul-coreano - Kospi - a cair 7%. Em Portugal, o PSI-20 desceu 11,5%, tendo sido esse o seu pior desempenho desde a crise financeira de 2008 que retirou 7,5 mil milhões de euros ao índice português.
Como é comum em dias de maior aversão pelo risco, ativos de maior segurança tendem a ser procurados e isso foi o que aconteceu com o mercado de dívida. Foi possível observar uma queda relativamente acentuada das yields um pouco por todo o mundo. Em particular, na Zona Euro as yields desceram em praticamente todos os países, tendo a dívida alemã sido aquela que teve maior procura. No outro lado do Atlântico, também as yields das obrigações do tesouro norte-americanas caíram tendo sido lideradas por uma diminuição das maturidades a 2 e 5 anos. As maturidades mais longas perderam menos valor, no entanto os juros da dívida a 10 e 30 anos bateram mínimos históricos na terça e na sexta-feira. Como consequência, a yield curve acabou por se tornar mais íngreme, refletindo também a possibilidade de existir um futuro corte na taxa de juro diretora da Reserva Federal americana.


No que toca ao petróleo e em especial ao crude, o mesmo acabou por descer para o valor mais baixo desde janeiro de 2016. Os preços afundaram durante seis dias consecutivos contribuindo para uma perda semanal de 16,15% - a maior queda semanal desde dezembro de 2008.


Já o metal dourado teve uma grande valorização no primeiro dia da semana, no entanto apesar de toda a restante semana ter sido de aversão pelo risco, o ouro nunca mais voltou a subir. Não é normal, no entanto existe uma explicação muito clara para isso. No fundo, de forma a colmatar as perdas que se experienciavam nos mercados acionistas ou perante a existência de margin calls, os investidores viram-se forçados a vender o metal. Consequentemente, isto levou a uma desvalorização que acabou por acontecer nos restantes dias da semana e em especial no dia de sexta-feira.


É importante ter consciência de que nem o vírus nem os seus impactos negativos irão desaparecer nos próximos tempos. No entanto, espera-se agora uma forte oposição. Diversos bancos centrais poderão baixar as suas taxas de juro diretoras e vários países já se mostraram também abertos a que existam políticas públicas de estímulo à economia. À medida que o impacto do coronavírus se tornar mais quantificável, a volatilidade nos mercados poderá aliviar (tanto para o bem como para o mal) assumindo então um rumo mais consistente. Não há ainda razão para se pensar que este bull market tenha acabado e muito menos para se assumir que um “urso” tomou o seu lugar.

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