Análise Semanal de Mercado BiG (EURUSD, EURGPB, Crude WTI)

EURUSD: Reunião do Banco Central Europeu, Indicadores PMI da Zona Euro e PIB dos EUA junto a suporte-chave

Esta semana comporta uma agenda macroeconómica recheada de eventos capazes de influenciar o mercado cambial, com particular destaque para o par EURUSD. Serão divulgados indicadores de especial relevância, como os índices PMI para o bloco da Zona Euro e para as suas duas maiores economias, assim como uma estimativa preliminar para o crescimento económico sequencial nos EUA, no segundo trimestre. Um factor que se reveste de particular importância dada a supremacia económica do país, que, no trimestre anterior, registou o crescimento mais elevado desde 2015: 4,2%.

Na quinta-feira, Mário Draghi discursará na sequência da última reunião do BCE. Ainda que consideremos que a conjuntura macroeconómica europeia – à qual acrescem um elevado tumulto político em Itália e vários riscos exógenos – é insuficiente para a remoção de estímulos, antecipamos uma manutenção de política monetária. A atenção deverá centrar-se nas perspectivas para a política de reinvestimento de cupões e reembolsos de dívida. Draghi poderá também argumentar a favor do actual nível saudável da inflação (HICP 2,1%) – algo que também vemos com algum cepticismo, tendo em conta que o Core CPI está apenas nos 0,9%, sugerindo que a maior pressão inflacionista provém da componente energética (9,5%).

Referência técnica: Com poucos catalisadores fundamentais positivos, o par testa um suporte crucial (1,1450 – 1,1430). A quebra deste valor abriria caminho até 1,13. Por outro lado, se o BCE apresentar um tom mais hawkish (menos provável), as resistências relevantes estão traçadas no gráfico.

EURGBP: Par apresenta fortes perspectivas baixistas

O euro e os índices accionistas europeus deverão continuar a ser pressionados. A Comissão Europeia rejeitou hoje o orçamento de Itália para 2019 e deu três semanas ao governo italiano para apresentar um novo orçamento. O head and shoulders top no índice alemão DAX 30, de que falámos na passada Análise Semanal de Mercado, foi confirmado, o que reforça o sentimento pessimista na Europa.

Do lado da libra, a falta de progressos visíveis nas negociações para o Brexit aumenta a probabilidade de haver um segundo referendo. Embora este seja um cenário improvável, alguns investidores começam a posicionar-se nesse sentido, à medida que o tempo se vai esgotando.

Referência técnica: O EURGBP quebrou em baixa a neckline no início de Outubro e, recentemente, corrigiu em alta até à zona da neckline, naquilo que constitui um pullback clássico. Consideramos que o cenário mais provável é a contiunação da forte tendência descendente. A média móvel de longo prazo (200 dias) reforça a importância desta zona de resistência. Em termos de gestão de risco, sugerimos a colocação de stop loss acima da neckline, e, enquanto objectivo da queda, consideramos os preços de mínimo de Outubro, em torno dos 0,8750.

Crude WTI: Khashoggi, Irão e inventários de petróleo geram volatilidade no mercado do crude

Embora Trump tenha acreditado no não envolvimento do Príncipe Bin Salman na tortura e assassinato do jornalista saudita, Jamal Khashoggi. residente nos EUA, as relações entre EUA e Arábia Saudita (históricos aliados) aparentaram estar bastante fragilizadas. A curto prazo, tal facto afectou negativamente o mercado de petróleo, uma vez que a Arábia Saudita é um dos maiores produtores e exportadores de crude do mundo.

No dia 4 de Novembro, na sequência do cancelamento da participação norte-americana no Acordo Nuclear com o Irão, entrarão em vigor sanções impostas pelos EUA à república islâmica do golfo pérsico. Esta inibição ao, actualmente, terceiro maior produtor da OPEP deverá limitar a oferta de crude.

Os inventários de crude norte-americanos já têm estado a aumentar nas últimas semanas e é possível que os EUA utilizem algumas reservas estratégicas do país para fazer face a uma eventual diminuição da oferta, ainda assim o crude já corrigiu cerca de 11% desde os máximos.

Referência técnica: O crude quebrou o canal ascendente assinalado a verde e é possível que, após atingir o suporte dos USD67 por barril, encete uma recuperaração para valores novamente perto dos USD 70 por barril.

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