A última semana revelou-se favorável aos mercados de dívida de governos na área do euro fruto (1) dos dados da inflação para março, (2) das declarações de alguns membros do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu e (3) de uma notícia de fonte anónima do BCE referindo que a reação do mercado aos sinais de maior otimismo na conferência de imprensa após o final da reunião de março (nomeadamente o reconhecimento de menores riscos negativos) foi exagerada. Esta envolvente permitiu uma significativa redução nas yields ao longo da curva soberana portuguesa.
Entretanto, o INE confirmou os bons resultados orçamentais de 2016 (défice público de 2,06% do PIB, com um saldo primário de +2,18% do PIB). O resultado das eleições na Holanda contribuiu também para reduzir a perceção dos riscos associados às eleições presidenciais francesas, permitindo um regresso do tema da procura de yield e uma redução significativa dos spreads nas PGB ao longo da curva face à Alemanha, Espanha e Itália.
A yield dos Bunds a 10 anos voltou a não ultrapassar os 0,48%. Vemos os 3,80% como um importante nível nas PGB com igual maturidade. Um novo período de subida na cotação do petróleo e novos sinais positivos nas economias dos EUA/Zona Euro representariam ameaças ao atual período favorável para os mercados de dívida de governos na área do euro.
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