A eleição presidencial de 2020 poderá marcar um ponto de viragem importante para os investidores em todo o mundo. Depois do debate realizado no passado dia 29 de Setembro, entre o actual presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, e o seu oponente, Joe Biden, dizemos-lhe quais os Trends que irão beneficiar com a vitória de cada candidato.
TRENDS FAVORECIDAS PELA VITÓRIA DE TRUMP
Recuperação do sector financeiro
Como foi de se notar na última eleição, as promessas de cortes de impostos por Trump levaram o setor financeiro a crescer 19% nos 2 meses seguintes a seguir à sua vitória. Desta vez, se Trump ganhar é esperado que os encargos às empresas continuem nos níveis atuais e que haja uma menor regulação para o setor bancário, favorecendo, deste modo, todo o sector financeiro. Trump assinou uma ordem executiva, obrigando a eliminação de duas regulações por cada regulação criada. A sua Administração eliminou 22 regulações por cada regulação criada.
Energia
O sector energético foi bastante prejudicado pela pandemia COVID-19. Este é um fator que, a médio prazo, acabará por passar. À medida que a “energia verde” for crescendo, a procura por combustíveis fósseis tradicionais terá tendência a diminuir. A administração Trump não reverterá as tendências, porém, será menos hostil ao sector e menos propenso a impô-lo com novos impostos ou regulações contrariamente ao seu adversário, assim sendo, o sector acabará por beneficiar se Trump ganhar.
Saúde
No caso de Trump ganhar é provável que ele reduza as despesas públicas em saúde e haja esforços para acabar com o Affordable Care Act. Consequentemente as empresas de saúde privadas sairão beneficiadas.
No mandato de Trump, a FDA aprovou o maior número de medicamentos genéricos da história. Em 2018, a variação anual do preço dos medicamentos caiu pela primeira vez em 50 anos.
Infraestruturas
Donald Trump, recentemente comunicou que quer 2 triliões de dólares em investimentos em infraestruturas como parte do próximo pacote de alívio económico contra o COVID-19. Um investimento deste tamanho, não só irá beneficiar o sector, como também, irá trazer mais empregos para os EUA beneficiando toda a economia. Trump assinou ordem executiva que reduziu o tempo para aprovar projetos de infraestrutura de 10 para 2 anos.
Corrida ao Ouro
Se Trump ganhar, as tensões entre China e Estados Unidos irão permanecer e, como foi antes visto, gera incerteza nos mercados. Adicionando esse factor à pandemia atual, uma vitória de Trump levará uma corrida ao ouro para refúgio, impulsionando o preço desta commodity.
TRENDS FAVORECIDAS COM A VITÓRIA DE BIDEN
Sustentabilidade, Smart CIties e Mudanças Climáticas
Enquanto Trump já afirmou várias vezes que as alterações climáticas “são uma invenção”, independentemente do aumento de desastres naturais nos EUA, nomeadamente os fogos da Califórnia e os furações no sul do país, Biden anunciou políticas para combater as alterações climáticas, que passam pela reentrada no acordo de Paris e investimentos em renováveis.
Planos de Biden para combater as alterações climáticas:
- Reingressar no Acordo de Paris (redução na emissão de gases poluentes em 28% até 2025);
- Neutralidade de emissões de gases de estufa até 2050;
- Aumento de investimento em infraestruturas, edifícios e na rede eléctrica para melhoria de eficiência energética e aumento de robustez para lidar com consequências das alterações climáticas;
- Medidas mais restritivas para empresas de combustíveis fósseis e outras indústrias poluidoras;
- USD 1,7 biliões de investimento federal que irão atrair investimento estatal e privado para um total de USD 5 biliões.
Mercados Emergentes Globais
Com a administração Trump, assistiu-se a uma intensificação da “trade war” e consequentemente os EUA têm estado a diminuir a sua exposição à China. Como resultado, em 2019, as importações vindas do mercado chinês decresceram 16% YoY, atingindo o valor mais baixo dos últimos 6 anos. Em termos de política internacionais, Biden promete reparar e melhorar as relações com aliados e a China. A vitória de Biden significará menos tensões geopolíticas com a China e uma maior globalização com um dólar mais depreciado face às principais moedas.