Segundo os dados do INE, a primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos, utilizando os resultados preliminares obtidos em 2017, apontou para uma necessidade de financiamento das Administrações Públicas de 5709,4 milhões de euros (em contabilidade nacional), o que correspondeu a 3,0% do PIB (vs. 2,0% em 2016).
Este resultado inclui o impacto da operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, no montante de 3944 milhões de euros, que determinou um agravamento da necessidade de financiamento das Administrações Públicas em 2,04% do PIB. Desta forma, excluindo este impacto, as necessidades de financiamento das Administrações Públicas atingiram 0,92% do PIB em 2017;
O resultado provisório para a dívida bruta das Administrações Públicas aponta para um valor de 125,7% do PIB em 2017;
De relembrar que o Orçamento de Estado para 2018 aponta, como objetivo, para um défice das Administrações Públicas de 1,1% do PIB, e uma dívida bruta de 123,1% do PIB.
Com base na informação divulgada, o saldo primário atingiu um valor provisório de +0,9% do PIB em 2017 (vs. +2,2% do PIB em 2017). Contudo, se excluirmos o referido impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, o saldo primário atingiu um valor de +3,0% do PIB em 2017, num contexto em que o PIB nominal cresceu 4,1% em 2017 (vs. 3,2% em 2016).
A receita corrente total cresceu 4,1% em 2017 (vs. +2,0% em 2016), traduzindo o efeito da evolução da atividade económica e do emprego. A despesa corrente primária aumentou 0,9% (vs. +1,8% em 2016). Em suma, uma execução orçamental bastante favorável observada em 2017 (traduzindo não só o impacto do enquadramento económico, como uma contenção da despesa corrente primária), depois de excluir o impacto com a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, o que cria um bom ponto de partida para o ano de 2018.
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