Inventários semanais de crude (EIA)

 | 28.07.2015 16:05

Divulgação
Na quarta-feira, dia 29 de Julho, às 15h30, serão divulgados os inventários semanais de crude pela Energy Information Administration (EIA), o organismo norte-americano que recolhe e publica informação energética.

Definição
Este indicador mede a variação semanal no número de barris de crude comercial detido por empresas norte-americanas até à sexta-feira da semana anterior e exclui os inventários da Reserva Estratégica de Petróleo. A quantidade armazenada de inventários revela uma perspectiva recente da oferta e da procura e tem impacto imediato na cotação do WTI, o benchmark do preço do petróleo nos Estados Unidos. O Brent, que é o benchmark do preço do petróleo na Europa, é também afectado.

Expectativas e publicações anteriores
A mediana das previsões dos economistas sondados pela Bloomberg aponta para uma variação positiva de 700 mil barris. Na semana passada, registou-se um excedente de 2,468 milhões, revelando uma oferta muito acima do esperado.

O facto de o crude ter voltado às quedas aumenta o interesse em todos os indicadores sobre os inventários existentes. Se eventualmente os inventários saírem abaixo do esperado, poderá ocorrer um ressalto no preço.

A tabela mostra muita volatilidade nos inventários apresentados no último mês, ora com três excedentes, ora com um défice muito maior do que o esperado a 15 de Julho.

Conjuntura e importância
Os investidores seguem este indicador, devido à influência que exerce a curto prazo na cotação do crude, e comparam-no com os inventários publicados na semana anterior. Historicamente, quando os inventários foram superiores às expectativas, o crude foi pressionado e, quando foram inferiores,
foi impulsionado.

Todavia, a cotação desta matéria-prima pode ser afectada pelos inventários de crude publicados na terça-feira à noite pelo American Petroleum Institute (API) relativamente à mesma semana, minimizando o impacto anteriormente referido.

Dentro do mercado accionista, as empresas do sector petrolífero, sobretudo as do segmento de exploração e produção, são, na nossa opinião, as mais sensíveis aos inventários semanais de crude, devido à exposição superior ao factor preço comparativamente às empresas integradas que operam no upstream e dowstream, o que se traduz num efeito adverso nas suas margens em contextos de baixo preço do crude.

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Nas últimas semanas, as maiores empresas energéticas mundiais abandonaram planos para novos projectos na ordem dos USD 200 mil milhões, numa ronda de cortes destinada a defender os dividendos pagos aos investidores.

Note-se que o preço dos futuros do crude está a menos de metade do preço do há um ano atrás, queda essa que pode ser explicada pela procura abaixo do esperado, pela entrada iminente de um novo player (Irão) e pela decisão da OPEP em não reduzir a produção, apesar da oferta proveniente dos EUA.

Histórico
Geralmente, os activos mais influenciados por este indicador são o crude WTI e o petróleo Brent, que, por sua vez, influenciam as acções do sector energético, sobretudo as empresas do segmento upstream.

No mercado cambial, as divisas de países exportadores de petróleo (commodity currencies), como o dólar canadiano (CAD) e a coroa norueguesa (NOK), registam por vezes volatilidade em reacção aos inventários.

Por exemplo, quando os inventários de crude da EIA foram divulgados a 1 de Julho, em cerca de uma hora, o crude caiu 0,7%, tendo vindo a sofrer uma desvalorização de 2,10% até ao fim da sessão.

A empresa norte-americana ExxonMobil depreciou 0,34% numa reacção imediata, caindo depois 1,10% até aos mínimos da sessão. Nesta data, devido a um excedente grande quando se esperava um défice, o petróleo e os seus derivados foram pressionados.