Onde se espera que nada mude, é onde tudo pode mudar! Parte 2

 | 19.03.2023 15:36

Bom dia! Espero que esteja a ter um ótimo sábado e que aproveitem o fim de semana da melhor maneira possível! Se no primeiro capítulo fiz uma introdução ao que vou falar neste conjunto de artigos, neste artigo vou falar com mais incidência da “YCC” (Yield Curve Control)! Vamos então prosseguir!

Uma “certeza” que quero deixar aqui bem patente é que, na minha opinião, este irá ser um processo gradual! Movimentar a banda de “YCC” como o Japão fez a uns meses atrás, pouco ou nada muda na sua política acomodatícia, pois, não é o ajuste da banda de “YCC” que, por si só, irá alterar a política de compra de títulos efetuada pelo Banco do Japão (BoJ).

E perguntam vocês e muito bem, João, o que é isso de “YCC”?

Nada mais é, do que o controlo da curva de rendimento é uma política monetária não convencional usada, neste caso, pelo Banco do Japão, em que o mesmo compra quantidades variáveis de diversos títulos do governo ou outros ativos financeiros como comprar bolsa (ETF’s) ou empréstimos, de modo a atingir uma taxa de juro num determinado nível estabelecido pelo Banco Central.

Economistas divididos: ampliação ou redução da “YCC”?

Alguns economistas o que sugerem é que o (BoJ) decida encurtar o prazo do rendimento-alvo da “YCC”, de 10 para 5 anos. No primeiro artigo disse a título de curiosidade que o Banco Central do Japão detém cerca de 80% das (JGB) atualmente em circulação, mas se formos ao prazo de 5 anos, não fica muito distante, pois, a cotação encontra-se em pouco mais de 70%! Este caminho é bom e mau, pois, faria muitos investidores que “emigraram” para os Estados Unidos da América, voltar a casa, e investir em prazos para além dos 5 anos! Mas disparar as rentabilidades das (JGB) creio que não, é algo que apeteça ao Banco do Japão. Se olharmos a outros Bancos Centrais ao redor mundo, nota-se que dão projeções a 2 anos vista e não muito mais que isso, daí que um maior controlo sobre a “YCC” podem ser “amarradas” pelas orientações futuras que por norma um Banco Central vai lançando ao longo do tempo, alinhado com a taxa de juro diretora!

No caso da ampliação do prazo, em dezembro de 2022, se não me falha a memória, vimos uma ampliação de 50 pontos-base. A ampliação seria no sentido de aumentar dos atuais 50 para 100 pontos-base! Esta seria uma maior tolerância que o Banco do Japão daria, para assim continuar a política de rendimento em torno de 0% no prazo de 10 anos! Mas fará isto sentido? Quando o Banco do Japão viu soar os alarmes devido à “Inflação” em torno dos 4%, ampliou a banda de “YCC” em 50 pontos-base, e, em simultâneo, como seria de esperar, comprou uma quantidade gigante de títulos para assim “colocar” em prática o novo limite superior para o rendimento de 10 anos! Ora, se o objetivo é reduzir a carteira de títulos, e, em simultâneo, não comprar nenhum, então a ampliação é contraproducente, pois, o Banco Central do Japão, só faltava dizer o dia em que ia “capitular” (levar novamente o rendimento dos títulos a 0%), e assim desistir da política de “YCC”.

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Em suma, é importante introduzir ajustes graduais na “YCC”, mas, em simultâneo, o “Bank of Japan” deve criar condições para o mercado obrigacionista do país “não sair dos carris”, mesmo que haja lugar a uma redução ou até mesmo numa extinção da compra de títulos por parte desta entidade!

Obrigado!

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