Tecnologia + Comodidade = Controlo

 | 07.08.2022 23:58

Boa noite! Espero que se encontrem todos bem de saúde e aos demais níveis da vossa vida. Hoje irei falar sobre comodidade e controlo em termos económicos e como isso afeta o quotidiano das pessoas. Vamos então prosseguir!

Podemos começar por dizer que existem duas moedas, são elas: a moeda física, criada pelos Bancos Centrais de cada país, e a denominada (Moeda Digital) que não deixa de ser (moeda “fiat”), simplesmente não é física, é criada por bancos comerciais/tradicionais. Um pequeno percentual de moeda é física, em torno de 10%, tudo o resto é moeda digital.

Vou dar-vos um exemplo: uma pessoa quer comprar uma casa e chega a um banco para pedir um financiamento/empréstimo, imaginemos que o vosso empréstimo é aprovado no valor de, 200000 €, o banco não vos vai dar 200000 € em notas, pois, hoje além de ser perigoso levar uma quantidade enorme de dinheiro na mão, ao sair de um banco pode acontecer-nos alguma coisa, além de que também é chato contar 200000 € em notas, então aí é que entra o dinheiro digital, a instituição bancária que nos concedeu o empréstimo vai creditar-nos o dinheiro na nossa conta bancária e nesse momento o banco comercial/tradicional criou dinheiro. Isto é o mesmo que dizer que os bancos quando emprestam dinheiro, simultaneamente, criam dinheiro “do nada”.

Porque escrevi no título “Tecnologia + Comodidade = Controlo”? Passo a explicar! Se é bom ter tecnologia e comodidade aos dias de hoje, diria ser ótimo, mas (o que interessa é o que vêm depois do “mas”) estamos a privatizar o dinheiro na sociedade. Mais a frente irei explicar! O que querem os bancos? É o que queremos todos, maximizar lucros e atenuar/diminuir perdas! Temos que convencer-nos de uma coisa, ninguém gosta de perder, muito menos quando se fala de dinheiro!

Se novas formas de pagamento são fantásticas como o exemplo do “MB WAY”, pois, temos tecnologia aliada a comodidade para a sociedade como um todo, será que somos nós mesmos (sociedade) a ganhar com isso? A primeira vista, diria que sim, mas como tudo hoje é feito de forma digital, os bancos físicos estão a diminuir, as máquinas multibanco ou ATM’s estão a diminuir, existem menos funcionários, existem menos empresas de transporte de dinheiro e inúmeros outros setores que se deixam de beneficiar com isso. Pensamento de um CEO de um banco “menos gastos e mais lucros”.

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Podemos dizer que uma instituição bancária funciona de forma algo intercalar, isto é: quando a economia está boa, a torneira do crédito está aberta, mas quando a economia está menos bem, eles fecham a torneira. A reter, os bancos têm interesse em criar dinheiro “do nada” quando não precisamos do mesmo, mas ficam com ele preso quando as pessoas/economia precisam dele!

No sistema tributário de um país comum, quanto mais ganhamos, mais pagamos, Portugal é um exemplo disso mesmo, com algumas exceções pelo meio. No mundo financeiro funciona de forma contrária. Nota: A taxa de juro pedida pelo banco depende do mutuário.

Voltando um pouco atrás, o que quero dizer com “privatização do dinheiro”? O que quero dizer é que nós estamos a colocar o “poder” numa elite que dirige o mundo financeiro e por arrasto uma nação inteira, pois, é esta elite que decide, quando se cria o dinheiro, que taxa de juro vão cobrar pelo dinheiro, a que se vai destinar os fundos criados, e quanto é que se vai criar. Neste momento são as grandes instituições bancárias que “emitem” e “controlam” o dinheiro, daí que quando os políticos vão para a televisão e fazem promessas no parlamento a dizer, por exemplo, vamos acabar com a dívida, vamos fazer “x” ou “y”, eles só falam, pois, quem decide, são os “CEO’s” de grandes bancos.

Em suma, “MB WAY”, “HomeBanking” entre outras plataformas digitais que nos simplificam e trazem-nos conforto no dia a dia, é muito bom, mas têm sempre as suas consequências, e cada vez mais contribuímos e damos força a quem está no poder, não políticos, pois os políticos não fazem nada sem perguntar aos CEO’s das grandes instituições financeiras.

Ps: Se por um lado temos a vida simplificada, por outro, damos ainda mais força a quem controla de ter ainda mais controlo. Cabe-nos fazer pela mudança, quem escolhe é a sociedade, em função da escolha terá os benefícios ou as consequências que advêm dessa mesma decisão!

Obrigado!