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Turismo: indústria em recuperação, mas com valor

Publicado 06.05.2022, 01:01
Atualizado 09.07.2023, 11:32

1. A indústria do turismo no contexto pandémico

O turismo foi e sempre será uma das grandes indústrias da economia mundial. De acordo com a Organização Mundial do Turismo, é a terceira maior, em termos de exportações. No caso particular do nosso país foi percetível a sua contribuição para o PIB nacional, quando em 2020 a pandemia Covid-19 atingiu essa área da nossa economia e os seus efeitos no PIB nacional foram visíveis.

Segundo o Turismo de Portugal, o setor do turismo é uma atividade económica fundamental para a geração de riqueza e emprego no nosso país. Registou, entre 2010 e 2019, uma taxa média de variação anual de 10,3%, ou seja, um crescimento de 7,6 mil milhões de receitas em 2010 para os 18,4 mil milhões em 2019.

Foi uma das áreas da economia mundial mais afetadas com as restrições resultantes da pandemia, tendo em 2020 o seu pior ano, desde que há registo, com um decréscimo das chegadas internacionais de 74%, isto é, menos 1000 milhões de chegadas internacionais, nos vários destinos, quando comparado com o ano anterior.

Em Portugal, as receitas desta indústria registaram uma diminuição de 57,6%, em relação a 2019, significando uma perda de 10 mil milhões de euros para a economia em 2020.

2. Sinais de recuperação

Sabendo que, de acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo, as viagens internacionais subiram apenas 4% em 2021, afirma-se que há espaço para uma recuperação maior.

Nos Estados Unidos da América, os gastos com viagens caíram 42% no ano de 2020. Porém, em dezembro de 2021, este indicador atingiu os 92 mil milhões de dólares americanos, um valor que se situa apenas 2% abaixo dos níveis pré-pandemia. Uma vez que os gastos com viagens nesse país crescem, em média, entre 2% e 4% ao ano, será seguro dizer que voltará a verificar-se uma procura significativa para viajar novamente, não só nos Estados Unidos da América, como em todos os outros países.

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A diminuição das restrições e das preocupações com a Covid-19, associada à necessidade de viajar, à vontade de sair de casa e ao dado curioso do aumento das pesquisas nos motores de busca, relacionadas com a reserva de voos e pacotes de viagens, pressupõem que esta indústria possa voltar a níveis de crescimento e de receitas semelhantes aos de anos anteriores à pandemia.

Por outro lado, as projeções de que a receita no mercado de viagens e turismo possa atingir os 637 mil milhões de dólares americanos em 2022, juntamente com uma taxa de crescimento anual de 10,47%, prevista entre 2022 e 2026, resultando num volume de mercado projetado superior a 949 mil milhões de dólares americanos até 2026, amplifica o sentimento de confiança neste mercado. Nele, o maior segmento são os hotéis, apresentando um volume de mercado projetado superior a 312 mil milhões de dólares americanos em 2022.

No segmento de Viagens e Turismo, estima-se que 74% da receita total será gerada por meio de vendas online, até 2026, onde a maior parte da receita será gerada nos Estados Unidos da América, cujo valor previsto será superior a 128 mil milhões de dólares americanos durante este ano.

É expectável que o mercado recupere, gradualmente, nos próximos anos, isto porque as viagens domésticas e internacionais vão aumentando à medida que os países começam a reduzir as restrições e a terem uma maior abertura aos visitantes.

3. O contexto de recuperação do turismo nacional

Em Portugal, e tendo por base os dados publicados no Trading Economics, as receitas do turismo no nosso país, segundo o Banco de Portugal, aumentaram para um valor superior a 831 milhões de euros, em fevereiro deste ano, sendo que em janeiro passado, esse valor ficou situado nos 718,65 milhões de euros.

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As receitas, por seu lado, deverão atingir cerca de 980 milhões de euros em 2023, de acordo com os modelos de projeção utilizados.

Estes são grandes sinais para a indústria do turismo, para as oportunidades de negócio e investimento que a mesma possa vir a oferecer, considerando a sua ampla variedade de categorias desde indústria hoteleira, passando pelos cruzeiros, empresas de reservas online, aviação comercial, entre outras.

4. Investir no mercado do turismo

Com esta diversificação de áreas de abrangência, as oportunidades de investimento podem ser inúmeras, das quais se destacam as ações individuais, os Exchange Traded Funds (ETFs) dedicados à indústria do turismo, passando pelos Real Estate Investment Trusts (REITs).

Seguidamente e de uma forma muito sucinta são apresentadas algumas empresas, ETFs e REITs, que, dadas as suas características e comportamento, podem constituir, em condições favoráveis de mercado, oportunidades de negócio com resultados satisfatórios a médio-longo prazo.

4.1. Ações individuais

  • Booking Holdings Inc. (NASDAQ:BKNG), empresa americana com sede em Norwalk, tendo mais de 20.000 funcionários. Apresenta um PS superior a 8,30 e uma margem de lucro acima dos 10,6%. O seu ROA ultrapassa os 7,2% e o seu ROE é superior a 21%. O seu PE situa-se acima dos 74 e o seu EPS acima de 28.
  • Expedia Group, Inc. (NASDAQ:EXPE), empresa americana com sede em Seattle. Conta com mais e 14.000 funcionários e um PB superior a 11,7. O seu ROA é superior a 0,8% e a sua margem de lucro encontra-se nos 0,14%. O seu PS é superior a 2,3 e os seu ROE é de 0,40%.
  • Royal Caribbean Cruises Ltd. (NYSE:RCL), empresa americana com sede em Miami e com 84.900 funcionários. O seu PS é superior a 12,7 e o seu PB é de 3,9. Atualmente, os seu ROE e o seu ROA são negativos, -75,98% e -7,32%, respetivamente. Contudo, o crescimento trimestral da receita (ano a ano) é superior a 2.777%. Um exemplo claro do impacto da pandemia e da recuperação gradual.
  • Marriott International, Inc. (NASDAQ:MAR), empresa americana com sede em Bethesda no Maryland, com 120.000 funcionários. O seu PE é superior a 54 e o seu EPS superior a 3,3. Apresenta uma margem de lucro superior a 32% e um ROA superior a 4,25. O seu ROE é superior a 119% e apresenta uma PB superior a 41.
  • Airbnb, Inc (NASDAQ:ABNB), empresa americana, fundada em 2007 em São Francisco, na Califórnia. O seu PS é superior a 15,7 e o seu PB superior a 20,7. O seu ROA é superior a 2,35 e o seu ROE encontra-se, negativo, nos -9,17%.
  • Hilton Worldwide Holdings Inc. (NYSE:HLT), com sede em McLean – Virginia. Esta empresa americana conta com 142.000 funcionários. O seu PE é superior a 103 e os seu EPS superior a 1.45. Apresenta um PS de 7.54 e um ROA superior a 4%. A margem de lucro é superior a 16,75%.
  • American Airlines Group Inc. (NASDAQ:AAL), empresa americana, com sede em Fort Worth, no Texas, e com 127.000 funcionários. O seu PS é de 0.35 e o seu ROA negativo, situando-se no patamar negativo de -3,20%. Porém, apresenta um crescimento trimestral da receita (ano a ano) na ordem dos 122%.
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O investimento na indústria do turismo pode, em última instância, tornar-se uma tarefa hercúlea, dada a sua dimensão, abrangência e espetro empresarial. As opções mais voltadas para o investimento passivo, como os Exchange-Traded Funds (ETFs) ou através dos Real Estate Investment Trusts (REITs) podem constituir uma opção válida para todo o investidor menos vocacionado em análise e seleção de ações individuais.

Algumas destas opções são mencionadas e apresentadas, de um modo muito resumido, em seguida.

4.2. Exchange-Traded Funds

  • SonicShares Airlines, Hotels, Cruise Lines (NYSE:TRYP) é um ETF recente, lançado em Maio de 2021. Nas suas holdings encontram-se empresas como Hilton Worldwide Holdings Inc. (HLT), Ryanair Holdings plc ou Royal Caribbean Cruises Ltd. (RCL). A sua TER é de 0,75%.
  • ETFMG Travel Tech ETF (NYSE:AWAY), lançado em fevereiro de 2020, apresenta um foco mais tecnológico, dentro do grupos dos ETFs de viagens e turismo, acompanhando um índice de empresas globais de tecnologia de viagens. Booking Holdings Inc. (BKNG), Expedia Group, Inc. (EXPE) e Airbnb, Inc (ABNB) incluem-se nas suas holdings. A sua TER, no entanto, é mais honerosa, situando-se nos 0,75%.
  • U.S. Global Jets ETF (NYSE:JETS) é um ETF que oferece exposição a companhias aéreas americanas e não americanas, contudo, o seu foco são companhias aéreas americanas de passageiros. A sua TER encontra-se nos 0,60%. Empresas de aviação comercial como a American Airlines Group Inc. (AAL), a United Airlines Holdings, Inc. ou a Delta Air Lines, Inc. (DAL), fazem parte das holdings.

4.3. Real Estate Investment Trusts

  • Apple Hospitality REIT, Inc. (NYSE:APLE) é um REIT onde marcas como Courtyard, Fairfield e Residence Inn estão listadas no seu portefólio;
  • Summit Hotel Properties, Inc. (NYSE:INN), cujo portefólio inclui marcas como Hilton Garden Inn ou Hyat Place;
  • Park Hotels & Resorts Inc. (NYSE:PK), REIT cujo portefólio inclui hotéis de renome como Hilton Hawaiian Village Waikiki Beach Resort, Hilton Orlando ou JW Marriott San Francisco Union Square.
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São três exemplos de REITs ligados à indústria do turismo, vocacionados para propriedades hoteleiras e a considerar como potenciais oportunidades de investimento.

5. Conclusão

Pela sua dinâmica e importância económica, a indústria do turismo e viagens é, efetivamente, uma área a ter em consideração numa carteira de investimentos. Apesar das grandes perdas e influência, que a pandemia Covid-19 teve nos resultados desta área do mercado, já são visíveis os sinais de recuperação e as expectativas de crescimento apresentam-se bastante favoráveis, quer do ponto de vista dos resultados já verificados, quer das projeções para os próximos anos.

No entanto, e considerando a sua grande amplitude e vasta abrangência, torna o investimento neste mercado uma tarefa que requer análise, investigação e avaliação profundas, garantindo que todas as decisões de investimento sejam bem fundamentadas e alicerçadas em informação consistente, mitigando dificuldades que se afigurem como obstáculos na estratégia de investimento ou no caminho para os objetivos pretendidos.

Através de ações individuais, ETFs ou REITs é possível ao investidor estar exposto a um mercado, cuja perspetiva de crescimento, nos próximos anos, é grande. Porém, nunca é demais referir a importância do conhecimento sustentado no momento das decisões de investimento.

As ideias e as opiniões, acima descritas, refletem a minha linha de pensamento sobre estes veículos de investimentos. Assim, não devem as mesmas ser consideradas ou tidas como forma de aconselhamento financeiro.

Últimos comentários

Boa noite, tenho investimento nos líderes globais da CGD.Tenho perdido alguns milhares nos últimos dias.Estou receoso com este desenvolvimento, pode dar-me a sua opinião...São empresas como a Philips, coca cola, Apple etc, as quais me pareciam tão seguras e, neste momento estão muito negativas.Agradecido Carlos Lourenço
Caro Carlos antes de mais desculpa da resposta tardia e, simultanemante, muito obrigado pela mensagem/comentário. A situação atual do mercado pode, em determinados casos, levar a indíces de ansiedade e preocupação, é normal em momentos de correção e ber market. Porém, e não sendo isto quelquer aocnselhamento financeiro ou incentivo ao investimento, deverá focar-se no longo prazo e numa análise profunda aos negócios e empresas em questão. Os exemplos que deu são, desde logo empresas robustas, deve sim centrar a sua análise ao valor intrínseco e, como disse, pense a longo prazo evitando decisões não corretas. "Uma perda, só é perda quando se vende". Eu vejo estes momentos como oportunidades, mas isso é a análise segundo a minha estratégia, linha de pensamento e objetivos. Um grande abraço Jorge
Excelente a referência feita ao turismo como meio privilegiado e apetecido para o investimento, num sector que mais sentiu, durante 2 anos, a peregrinação do marasmo . Com o fim das restrições pandemicas as portas da recuperação reabriram e seria legítimo admitir-se o regresso à normalidade, se não fosse agora a guerra, no leste europeu, a  desoxigenar, de novo o coração da esperança. Parabéns pelo brilhante esclarecimento...
Caro Domingos Oliveira. Muito obrigado pelas palvras. Sim, a temática e o momento não foram por acaso. Fim das restrições, recupração do mercado do turismo e boas oportunidades de investimento.
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