Por Sergio Goncalves
LISBOA, 19 Out (Reuters) - O consórcio Windplus liderado pela EDP (SA:ENBR3) Renováveis EDPR.LS vai investir 125 milhões de euros (ME) nos próximos três anos para lançar um pioneiro parque eólico 'offshore' flutuante no oceano Atlântico em Portugal, com capacidade de 25 mega watts (MW), anunciou o presidente da EDP-Energias de Portugal.
A Windplus - detido em 79,4 pct pela EDP Renováveis, 19,4 pct pela Repsol (MC:REP) e 1,2 pct pela Principle Power - vai construir e pôr em funcionamento este parque flutuante 'offshore', utilizando plataformas semissubmersíveis a 20 km de Viana do Castelo, numa zona onde o mar tem uma profundidade de 85-100 metros.
"É um projecto absolutamente pioneiro e inovador a nível mundial quanto à energia renovável 'offshore'. Estamos na presença daquilo que é a energia mais desenvolvida e competitiva no mar em sítios com uma profundidade que impede a utilização de estacas", disse o Chief Executive Officer (CEO) da EDP.
Afirmou que esta plataforma, que esteve em teste durante anos e na qual se investiu 23 ME, "sobreviveu a vagas de mais de 15 metros", permitindo agora "acelerar o lançamento comercial de uma nova tecnologia chamada WindFloat, que permite utilizar os abundantes recursos eólicos em águas profundas".
"Nesta segunda fase, o projecto irá necessitar de mais de 450 pessoas qualificadas por um período de três anos e contará com um investimento total de 125 ME para 25 MW", afirmou Mexia.
A instalação terá três turbinas eólicas, assentes em plataformas flutuantes, ancoradas ao fundo do mar a uma profundidade de 100 metros e a capacidade instalada de 25 MW equivale à energia consumida por 60 mil residências ao longo de um ano.
A REN RENE.LS terá de terminar a construção de um cabo submarino que ligará o parque eólico à rede de distribuição, o que só deverá acontecer em 2019.
O projecto contará com um financiamento de 60 ME concedido pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) ao abrigo do actual programa de investigação e inovação da União Europeia, Horizon 2020. Além disso, o projecto receberá 29,9 ME do programa da UE NER300 e até 6 ME do Governo de Portugal, através do Fundo de Carbono Português.
"A transição energética é sinónimo de descarbonização, não é sinónimo de rendas excessivas. É uma oportunidade ímpar de pensar e redefinir o nosso modelo económico", disse o ministro do Ambiente e Transição Energética, João Matos Fernandes.
O ministro considera que o actual debate do sector da energia está centrado erradamente apenas "em CMECs e CESE".
(Por Sérgio Gonçalves Editado por Catarina Demony)