MILÃO, 13 Jan (Reuters) - As acções da Fiat Chrysler Automobiles FCHA.MI subiram esta sexta-feira, com os investidores a minimizarem o potencial impacto da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), que na véspera acusou a empresa de esconder emissões de veículos a diesel.
Os títulos da sétima maior fabricante automóvel mundial, negociados na Bolsa de Milão, fecharam a subir 4,6 pct, depois de ontem terem caído 16 pct, após a EPA a ter acusado de usar ilegalmente software oculto para permitir que as emissões de diesel em excesso passassem despercebidas, o que implicaria uma multa de até 4,6 mil milhões de dólares.
A Volkswagen VOWG_p.DE admitiu ter feito uma fraude com testes de emissões de diesel e concordou em pagar até 22 mil milhões de dólares nos EUA, para lidar com reclamações de clientes, reguladores ambientais, Estados americanos e concessionárias.
Os analistas consideram que o caso da Fiat é menos grave que o da Volkswagen.
A EPA disse que a Fiat falhou em mostrar o funcionamento do software do motor em 104 mil veículos, o que levou a um aumento das emissões de óxido de nitrogénio. No entanto, a entidade não classificou o caso como manipulação de dispositivos, como fez com a Volkswagen.
O presidente-executivo da Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, rejeitou categoricamente as alegações, dizendo que não havia nada de errado e que a empresa nunca tentou criar software para enganar as regras de emissões. Também realçou que a situação da empresa não pode ser comparada com a da Volkswagen.
Analistas ponderaram os melhores e piores cenários, com estimativas sobre efeitos potenciais variando de centenas de milhões de dólares até 4.000 milhões.
"O nosso cenário baseia-se na premissa de que o caso será classificado como violação, o que exigirá um acordo de 140 milhões de dólares, algo muito gerível para a Fiat", disse Stuart Pearson (LON:PSON), analista da Exane BNP Paribas (PA:BNPP).
(Reportagem de Agnieszka Flak e Valentina Za, Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)