* Sondagens dão socialistas destacados, próximo maioria absoluta
* PM diz Portugal poupa 2.000 ME em juros 2019 vs 2018
* PM diz dívida cai para 118% PIB 2019, visa menos 100% 2023
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 12 Set (Reuters) - Portugal tem de manter estabilidade política e de políticas como a consolidação orçamental e a redução da dívida, para enfrentar as ameaças externas como o Brexit e a guerra comercial China-EUA, disse o primeiro-ministro a menos de um mês das eleições gerais.
Os socialistas têm ampliado a liderança nas sondagens para as eleições parlamentares de 6 de Outubro, sugerindo que António Costa pode estar a um pequeno passo de alcançar uma maioria absoluta, o que lhe permitiria descartar os actuais parceiros euro-cépticos e de extrema esquerda - Bloco de Esqueda e PCP.
Nestas eleições, a maioria absoluta poderá ser alcançada com um 'score' bem abaixo dos tradicionais 44% a 45% antes. O Partido Social Democrata tem-se mantido pouco acima dos 20%.
António Costa referiu que no horizonte "há ameaças como Brexit, guerras comerciais, desaceleração económica e risco de recessão em algumas economia europeias".
Lembrou que Portugal, "pela primeira vez desde o início século, cresceu acima média europeia em 2017, 2018 e vai ser assim em 2019, pois o país dá sinais de continuar a progredir", suportado no investimento empresarial e exportações, "não obstante as ameaças internacionais".
Explicou que "esta trajectória de crescimento foi essencial para que o país tenha encontrado um caminho sustentável de consolidação orçamental e de redução da dívida".
"Mas, é essencial manter a estabilidade, não falo só da estabilidade política, falo sobretudo da estabilidade das políticas", disse o primeiro ministro, num almoço com empresários.
Afirmou que "isto é tão mais necessário quando este cenário de ameaças internacionais exige que o país não esteja numa situação de desproteção no caso de indesejado de haver alguma crise".
"Se esse cenário surgir nos precisamos de estar em condições financeiras, orçamentais e económicas para poder enfrentar essa situação", referiu.
REDUZIR DÍVIDA
Adiantou que Portugal tem "de forma sustentada - e sem rupturas sociais - manter prolongadamente um ciclo de saldos orçamentais primários positivos, que permitam continuar a reduzir o montante da dívida pública face ao PIB".
O primeiro ministro disse que este ano a dívida pública vai descer para 118% do PIB, face aos cerca de 122% em meados do ano, e o país tem "o objectivo muito claro de chegar ao final da próxima legislatura - em 2023 - abaixo dos 100% do PIB".
António Costa, que tem capitalizado o crescimento aliado à descida das 'yields' para mínimos históriocs, disse que em 2019 Portugal vai pagar menos 2.000 ME em juros do que em 2015.
"Se descarrilarmos relativamente ao défice ou à dívida, pagaremos imediatamente na subida da taxas de juros", alertou.
O Governo prevê que o défice público caia para 0,2% do PIB em 2019 contra 0,5% em 2018, apontando para excedentes orçamentais a partir de 2020.
A economia é vista a crescer 1,9% em 2019, acima da média europeia, mas abaixo dos 2,2% em 2018.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)