(Texto reescrito para acrescentar mais informações)
Por Laís Martins e José de Castro
SÃO PAULO, 23 Mai (Reuters) - O dólar tinha ligeira baixa ante o real nesta quinta-feira, depois de já ter oscilado entre altas e quedas, com investidores monitorando a aversão a risco no exterior e os testes de força do governo no Brasil.
Às 13h, o dólar à vista BRBY tinha leve queda de 0,13%, a 4,0360 reais na venda.
Ao longo da manhã, a cotação oscilou entre alta de 0,79% (para 4,0722 reais) e queda de 0,24% (a 4,0306 reais).
Na B3, a taxa do contrato mais líquido para o dólar futuro DOLc1 recuava 0,17%.
O mercado acompanha a conclusão da votação da MP 870, que modifica a estrutura do governo e reduz o número de ministérios. Na véspera, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão da Casa sem terminar a votação, devido a tensões no plenário entre parlamentares governistas e o chamado centrão. mais recente derrota ao governo, a Câmara decidiu também que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ficará sob o Ministério da Economia. de forte estresse recente --que catapultou o dólar para acima de 4,12 reais, nas máximas em oito meses--, o mercado de câmbio exibiu alívio com sinais de que o Congresso tem assumido o protagonismo da agenda de reformas, enquanto o governo segue com articulação frágil.
"Mercado já precificou antecipadamente esse empenho do governo em destravar as pautas das MPs para conseguir votar a 870, então hoje estamos acompanhando bem o externo e o movimento das emergentes", explicou Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets.
O real é uma das moedas de melhor desempenho nesta sessão. Contudo, o fôlego é limitado pelo acirramento da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
No mais recente capítulo, o Ministério do Comércio chinês disse que, se os EUA quiserem continuar com as negociações, precisam "corrigir suas ações erradas". têm destacado que a quebra da dinânima negativa no câmbio doméstico depende da retomada dos fluxos, que ainda têm sido moderados.
Em estudo, o UBS diz que o fluxo total ao Brasil é mais dependente de fatores externos, que têm sido mais negativos recentemente. Considerando apenas fluxos para a renda fixa, um termômetro do apetite do estrangeiro pelo país, variáveis locais têm maior peso, e os ingressos aumentam conforme o real se aprecia, cenário inverso ao atual. (Por Laís Martins e José de Castro Edição de Maria Pia Palermo)