Investing.com – As praças europeias encerraram a jornada em zona mista, depois da sessão negra de ontem. Lisboa refletiu a pressão externa e o PSI20 fechou nos 5.860,04 pontos, a ceder 0,03%, com cinco cotadas em alta, 13 em baixa e duas inalteradas.
A intervenção militar na Síria parece estar cada vez mais perto de se concretizar e os investidores não escondem os receios face às consequências de um ataque ocidental liderado pelos Estados Unidos, perdendo o apetite pelo risco e apostando em outros ativos em vez de ações.
No mercado nacional, o setor financeiro voltou a pressionar com o BPI a recuar 2,16% para os 0,952 euros por ação. Mas este não foi caso único. Os títulos do BCP também regrediram 1,01% para os 0,098 euros. As ações do ESFG fecharam em terreno positivo, com uma subida de 0,19% para os 5,25 euros. Os papéis do Banif mantiveram-se nos 0,011 euros, à semelhança do Banco Espírito Santo, estável nos 0,83 euros.
Os pesos pesados Jerónimo Martins e Mota-Engil impediram maiores ganhos na praça lisboeta. Os papéis da dona dos supermercados Pingo Doce caíram 2,63% para os 14,8 euros. Já a Mota-Engil, que apresenta amanhã os resultados referentes ao primeiro semestre do ano, regrediu 2,14% para os 2,605 euros.
Nas telecomunicações a Sonaecom castigou o setor com uma perda de 0,5% para os 1,801 euros enquanto a Zon Multimédia perdeu 0,14% para os 4,15 euros. A Portugal Telecom não fez a diferença e acabou por ceder, ainda que de forma mais modesta, 0,04% para os 2,816 euros.
A impedir perdas mais acentuadas no índice nacional esteve a Galp. Brilhou com um ganho de 3,45% para os 13,005 euros. O desempenho da petrolífera reflete a subida do preço do ouro negro nos mercados internacionais. EDP e a subsidiária EDP Renováveis acompanharam as subidas do setor, com valorizações de 0,26% e 0,38% para os 2,682 euros e 3,744 euros respetivamente.
Influenciadas pelo curso dos acontecimentos sobre a questão Síria, as praças do velho continente não ficaram indiferentes ao facto de que o primeiro-ministro britânico pede autorização às Nações Unidas para se adotarem as “medidas necessárias para proteger os civis na Síria”, em resposta ao alegado ataque químico ocorrido no passado dia 21 neste país.
O índice Eurostoxx 50 recuou 0,24% para os 2.742,61 pontos. O DAX alemão tombou 1,03%. O presidente do Instituto Alemão para a Investigação Económica (DIW) considera que a conjuntura do país não deverá ser afetada pelo conflito sírio devido à reduzida escala da economia. Ainda assim não se descartam danos colaterais como a subida do preço do gás e do ouro negro se a crise alastrar ao Médio Oriente.
O DIW considera que a economia alemã se vai manter numa "sólida senda de crescimento" e que entre julho e setembro aumentará 0,4% face ao trimestre anterior.
O CAC francês recuou 0,21% e o FTSE 0,17%. Isto no dia em que Mark Carney proferiu o primeiro discurso enquanto governador do Banco de Inglaterra. No ar ficou a possibilidade de se reforçarem os estímulos monetários, embora sem se saber de que forma, em nome da retoma económica e da criação de postos de trabalho. Outro dos próximos passos da instituição pode passar por suavizar as regras de liquidez nos bancos que atingirem os novos requisitos mínimos de capital. Atenas cedeu 0,04%.
Ainda no velho continente, só Madrid, com um avanço de 0,05%, e Milão, a somar 0,98%, escaparam às quedas. Isto apesar do clima de instabilidade política que se vive em Itália no Governo de coligação. Hoje o Tesouro italiano conseguiu colocar o valor máximo de 8.500 milhões de euros em dívida a seis meses, mas o país pagou ainda assim 0,886%, acima dos 0,799% suportados em julho.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street negociava em alta ligeira, apesar de terem sido divulgados dados relativos ao mercado imobiliário que se revelaram desapontantes. As vendas de habitações usadas caíram pelo segundo mês consecutivo e a descida foi superior ao esperado. O índice industrial Dow Jones somava 0,41% e o tecnológico Nasdaq 0,58%. O S&P 500 avançava 0,51%.