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Por Daniel Alvarenga
LISBOA, 27 Set (Reuters) - O Chief Executive Officer (CEO) da Impresa IMPA.LS , dona da SIC, Expresso e Visão, está muito preocupado com as propostas de convergência vertical no sector de media, que considera "muito nefastas", numa alusão à compra da rival Media Capital MCP.LS pela telecom MEO/Altice ATCA.AS .
"Vemos com grande preocupação as propostas de convergência do sector. Não é uma concentração como estava previsto há uns anos atrás. Consideramos que esta convergência pode ser muito nefasta para o sector", disse Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, no Congresso da Associação Portuguesa das Comunicações.
A última proposta de M&A no sector surgiu a 14 de Julho, quando a Altice acordou comprar 94,60 pct detidos pela espanhola Prisa na Media Capital por 440 milhões de euros (ME). Esta participação é transmitida à MEO da PT, que anunciou uma OPA geral sobre o restante capital. CEO da Impresa afirmou que, "por um lado, a convergência e fundamental para gerar receitas e garantir rentabilidade, sem rentabilidade não podemos garantir pluralismo. A transformação digital não justifica tudo".
Contudo, a CEO da rival Media Capital MCP.LS disse estar confiante que o pluralismo e liberdade de informação em Portugal são a 'norma' e assim continuará, após o CEO da rival Impresa IMPA.LS expressar preocupação sobre as implicações do 'merger'.
"A concorrência no acesso a conteúdos, a distribuição dos nossos conteúdos, o 'level playing field' têm de ser assegurados", disse Francisco Pedro Balsemão.
"Tendo em conta a importância e especificidade do sector, é importante que qualquer mudança não tem impacto nos nossos princípios fundamentais. Não há democracia sem liberdade de expressão e pluralismo".
PEDE REGULAÇÃO
O CEO da Impresa alertou que o grupo não poderá inovar, "se não houver enquadramento legal bem assegurado".
"Não concordo com verticalizações", vincou, acrescentando que são preferíveis parcerias horizontais.
"Uma convergência como a que está agora a ser falada é uma que terá graves problemas para o sector, não sou só eu que o digo. Há outro regulador que dá parecer negativo".
Na semana passada, o regulador ANACOM disse que está contra os termos da compra da dona da TVI, Media Capital, pela Altice, alertando que poderá criar "prejuízo" para o consumidores e colocar "entraves significativos" à concorrência. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)