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Regras leilão 5G Portugal são ilegais e Vodafone pode não licitar, diz CEO Europa

Publicado 15.10.2020, 14:45
© Reuters.
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Por Sergio Goncalves

LISBOA, 15 Out (Reuters) - As regras propostas pelo regulador ANACOM para o leilão de espectro do 5G são ilegais e discriminam os operadores de longa data, disse a CEO da Vodafone (LON:VOD) Europa, alertando que a telecom britânica pode ser forçada a não licitar se não forem mudadas.

Serpil Timuray disse que proposta de desenho do espectro "é ilegal segundo a lei portuguesa e a da União Europeia", primeiro, porque "o regulador não fez uma análise de mercado abrangente, baseada em evidências objectivas, como está obrigado", nem uma análise de mercado pós-Covid.

Outra ilegalidade é que a ANACOM reservou espectro preferencial de 900 MHz e 1.800 Mhz, com um desconto de 25% no preço final do leilão, para novos entrantes, "mas estes não têm obrigação de investir na infraestrutura a nível nacional e essa carga de investimento será suportada pelos players actuais", disse.

A CEO do Europe Cluster referiu que a Vodafone "já pediu à Comissão Europeia que investigue esta ilegal ajuda de Estado".

Além disso, os actuais operadores - como Meo da Altice ATCA.AS , Vodafone e NOS NOS.LS - ainda terão de partilhar as suas infraestruturas e oferecer roaming nacional aos clientes dos 'new entrants', "o que é completamente inaceitável", disse.

Timuray lamentou ainda que a ANACOM tenha mantido a licença de frequência na faixa 3,6 GHz atribuída em 2010 a uma empresa, entretanto comprada pela Dense Air, que "não lançou qualquer rede nos últimos 10 anos", quando tinha de fazê-lo até 2012.

Esta frequência pode fazer falta a outros players para o 5G e "o regulador está a ignorar as violações das suas próprias regras e, ao mesmo tempo, impôr regras draconianas e sem precedentes aos players estabelecidos", segundo Timuray.

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"Há uma discriminação significativa e injustificada contra os operadores de longa data, como a Vodafone, e somos obrigados a reconsiderar todas as nossas opções em Portugal, incluindo licitar por menos espectro ou não licitar, se o leilão for tão defeituoso", disse Timuray em entrevista à Reuters.

Em declarações escritas à Reuters, a ANACOM refutou qualquer discriminação, referindo que "está a exercer as competências que lhes estão atribuídas por lei". Disse que as medidas previstas "visam gerar um impacto positivo na concorrência e nos utilizadores finais, sendo criadas condições para que novas operações, e de cariz diversificado, possam surgir no mercado".

Disse que a Dense Air "é titular de um direito de utilização de frequências" e que em 2019 a ANACOM reduziu a quantidade de espectro daquela, que foi relocalizado dentro da mesma faixa, e decidiu que esse direito caduca em 2025.

Adiantou que, na recente consulta pública do projeto de regulamento do leilão, recebeu várias centenas de pronúncias de diversas entidades, "que estão a ser analisadas, não existindo ainda uma decisão final sobre o regulamento".

O leilão esteve previsto iniciar-se em Abril, mas foi adiado devido à pandemia do coronavírus e a ANACOM quer relançá-lo este mês e concluí-lo em Dezembro, visando atribuir os direitos de utilização das frequências em Janeiro ou Fevereiro de 2021.

As frequências a atribuir são nas casas dos 700 MHz, 900 MHz, 1800 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz.

Tendo em conta os preços de reserva dos vários lotes das frequências, o Estado pode encaixar pelo menos 237,96 milhões de euros com este leilão de 5G.

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"A reserva de espectro para novos entrantes vai criar uma escassez adicional para os actuais operadores, aumentar o custo de implementação e reduzir o apetite para investir", disse a executiva da Vodafone, empresa que investiu 1,6 mil milhões de euros em Portugal nos últimos seis anos.

"Isso comprometerá a rápida e eficiente implantação da infraestrutura - importante para o país, clientes e empresas na recuperação pós-Covid - e vai totalmente contra os objetivos do governo", afirmou Timuray.

Disse que, a manterem-se as regras do leilão, "infelizmente, a Vodafone terá de reconsiderar os planos de estabelecer um centro pan-europeu de I&D em Portugal", com 400 especialistas altamente qualificados a desenvolver serviços 5G e soluções digitais para os seus clientes empresariais em toda a Europa.

(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)

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